Trabalho decente para as juventudes: a promessa civilizatória no capitalismo dependente

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47208/sd.v29i3.3254

Palabras clave:

Trabalho Decente. Juventudes. Capitalismo Dependente.

Resumen

O presente artigo analisa a Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude (ANTDJ), lançada no Brasil em 2011. Desse modo, identifica-se o avanço na elaboração da Agenda num contexto de ausência de políticas públicas para as juventudes. Todavia, problematiza-se criticamente alguns elementos constitutivos do conceito de Trabalho Decente formulado pela OIT, bem como, sua efetividade diante de um mundo do trabalho cada vez mais flexível, com o aprofundamento da precariedade das relações e condições de trabalho. Este estudo prioriza a abordagem qualitativa e é orientado pelo Materialismo Histórico-Dialético. Trata-se de uma pesquisa exploratória, a qual busca uma aproximação e aprofundamento sobre o tema, a partir da pesquisa bibliográfica e documental. Conclui-se que o Trabalho Decente para a juventude se apresenta como uma promessa civilizatória que não pode ser cumprida nos marcos do capital, ao ignorar o traço da superexploração da força de trabalho nas economias dependentes.

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Biografía del autor/a

Cíntia Florence Nunes, Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Graduada en Trabajo Social por la Universidad Federal de Santa María (UFSM). Máster y Doctor en Trabajo Social por la Pontificia Universidad Católica de Rio Grande do Sul (PUCRS). Investigador asociado al Grupo de Estudios sobre Juventud y Políticas Públicas - GEJUP/UFRGS y al Grupo de Estudios e Investigaciones sobre Ética y Derechos Humanos - GEPEDH/PUCRS. Trabajador Social de la Secretaría de Seguridad Pública de Rio Grande do Sul. Tiene experiencia en el área de Servicio Social, trabajando principalmente en los siguientes temas: Política Social, Asistencia Social, Salud, Trabajo y Juventud.

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Publicado

2023-12-31

Cómo citar

Florence Nunes, C. (2023). Trabalho decente para as juventudes: a promessa civilizatória no capitalismo dependente. Sociedade Em Debate, 29(3), 159-176. https://doi.org/10.47208/sd.v29i3.3254