Precarização e não reconhecimento: marcas do trabalho dos rifeiros de Lagoa da Prata

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47208/sd.v29i3.3202

Palabras clave:

Rifeiros, Sentidos do trabalho, Reconhecimento, Precarização

Resumen

Este artigo apresenta uma pesquisa de cunho qualitativo que foi realizada com moradores da cidade Lagoa da Prata, localizada no centro-oeste de Minas Gerais. Ela teve como objetivo geral identificar quais os sentidos que os cidadãos possuem acerca da atividade desenvolvida pelos rifeiros. Já seus objetivos específicos abarcaram: a) Descrever e elucidar as atividades realizadas pelos rifeiros b) Compreender e analisar os sentidos que os cidadãos atribuem à atividade realizada pelos rifeiros e c) Apontar os impactos psicossociais que estas atividades podem causar na vida dos trabalhadores. Como instrumento para coleta de dados foi utilizada entrevista semiestruturada. Foram entrevistados dez moradores residentes na cidade de Lagoa da Prata/MG.  Os dados foram analisados pelo método de análise de conteúdo. Buscou-se nas clínicas do trabalho o embasamento teórico para a compreensão do eixo sentido do trabalho, bem como das categorias reconhecimento ou não reconhecimento e precarização. Os resultados apontam para o fato de que, apesar de ser uma atividade de grande importância para a economia do município, o trabalho dos rifeiros é pouco reconhecido, sendo considerado uma atividade marginalizada. Além disso, a atividade é marcada por uma intensa precarização.

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Biografía del autor/a

Rafael Nascimento de Castro, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Mestre em Psicologia, Especialista em Gestão de Pessoas e Psicólogo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Membro do Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Cárcere e Direitos Humanos – LabTrab (UFMG) e grupo de pesquisa Psicologia, Trabalho e Processos Psicossociais - PsiTraPP (PUC Minas).

Amanda Maria Marques Pimenta, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Psicanalista e Psicóloga do Trabalho. Doutora e Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Psicóloga pela Universidade Federal de Minas Gerais. Psicóloga Clínica da Câmara Municipal de Belo Horizonte.

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Publicado

2023-12-31

Cómo citar

Nascimento de Castro, R., & Maria Marques Pimenta, A. . (2023). Precarização e não reconhecimento: marcas do trabalho dos rifeiros de Lagoa da Prata. Sociedade Em Debate, 29(3), 262-276. https://doi.org/10.47208/sd.v29i3.3202